quarta-feira, 7 de maio de 2008

Por um momento, senti como se eu fosse um outro eu.
Meu corpo fundava-se nos quatro cantos de uma masmorra, a qual a única fresta que me permitia era a do arrependimento.
Encontrei-me num círculo de memórias cada vez mais recruscedentes, e enquanto mais o tempo passava, mais eu percebia que ele estava girando ao contrário com a ajuda dos seus ponteiros afiados.
Tentei afugentar-me de mim mesma, mas eu sempre tropeçava nos meus próprios pés.
Já arrependida por carregar tanto arrependimento, parei de olhar apenas através do espelho e soltei um brado.
Um brado onde finalmente pude escutar um eco reconciliador.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ponteiro

Analisou tudo e sabia exatamente onde aquilo daria.
Era uma criança a chorar
Uma voz a nascer
Uns passos a andar
Um homem a virar
Um virar a cansar
E um relógio a parar